Abastecimento de hidrogénio num automóvel: dicas
Onde é possível abastecer um veículo com hidrogénio?
Como a tecnologia ainda está em desenvolvimento, ainda existem poucas estações especializadas em reabastecimento pelo mundo.
Olhando para o resto do mundo, há um total de 439 pontos de reabastecimento, estando 187 na Europa. Os países com maior número são a Alemanha, com 87, e a França, com 26.
Em Portugal há apenas uma estação de hidrogénio aberta ao público. A DRHYVE foi instalada em 2021, em Cascais, pela PRF Gas Solutions e abastece veículos ligeiros e pesados a 350 bar (metro por coluna de água). O objetivo é que o posto consiga abastecer mais automóveis ligeiros, mas a 700 bar.
O governo português pretende que até 2030 entre 50 e 100 estações de reabastecimento de hidrogénio estejam operacionais, seguindo a Estratégia Nacional de Hidrogénio (EN-H2).
Os veículos a hidrogénio não geram emissões, uma vez que funcionam com uma célula de combustível que mistura hidrogénio e oxigénio, gerando electricidade e fazendo funcionar o seu motor elétrico.
Novas políticas e planos de emissões para o futuro dos veículos sugerem que o hidrogénio é o futuro da mobilidade elétrica. Tal como o foco está nos veículos elétricos e híbridos, é natural que o hidrogénio seja o combustível de eleição, especialmente se o objetivo for acabar com o motor de combustão a longo prazo.
Contudo, a tecnologia está ainda na sua infância, uma vez que estes veículos têm tanques de fabrico complexo. O hidrogénio é inflamável, pelo que deve ser armazenado em tanques especiais e de fabrico dispendioso, que têm uma vida útil de cerca de 15 anos. Isto torna os veículos não tão baratos de fabricar como os demais, tornando-os inviáveis para uma grande parte da população neste momento.
Quanta autonomia tem um veículo a hidrogénio?
Outra questão comum é como o reabastecimento de um veículo a hidrogénio relaciona-se com a sua autonomia. Tal como nos automóveis a gasolina, isto dependerá do tamanho do depósito e da quantidade abastecida.
Em média, os tanques atuais são capazes de cobrir aproximadamente 600 quilómetros quando cheios. Isso equivale a um depósito de 6 quilogramas de hidrogénio com um consumo aproximado de 1 quilo por 100 quilómetros percorridos. Estes tanques demoram cerca de 5 minutos a encher completamente, utilizando a função de enchimento rápido.
Quanto ao preço, situa-se normalmente entre 8 e 10 euros por 100 quilómetros. Assim, encher um tanque padrão de 6 quilos custaria entre 48 e 60 euros. No entanto, tal como com outros combustíveis, o preço poderia mudar.
Os modelos mais comuns de veículos a hidrogénio no mercado ibérico são o Toyota Mirai de 65.000 euros e o Hyundai Nexo de 72.850 euros. O primeiro tem cerca de 500 quilómetros de autonomia, com um tempo de reabastecimento de cerca de 3 minutos (com reabastecimento rápido). O segundo, por outro lado, tem um alcance de 666 quilómetros de acordo com o ciclo WLTP, e leva menos de 5 minutos para reabastecer com o reabastecimento rápido.
Como reabastecer um automóvel a hidrogénio?
A maioria dos veículos atualmente funcionam com o sistema de enchimento rápido, que funciona com gás comprimido. Existe também um sistema de enchimento lento que leva de 8 a 10 horas, mas que é utilizado por abastecedores domésticos e frotas em vez de indivíduos, uma vez que não é prático. Assim, falaremos apenas do sistema de enchimento rápido com gás comprimido.
Como reabastecer um carro a hidrogénio? O sistema é muito semelhante ao funcionamento de outros combustíveis como o GPL ou o GNC. Basta abrir o depósito e inserir a mangueira para colocar combustível.
Uma vez premido o gatilho do dispensador, este fechará automaticamente de forma hermética. Isto é muito importante para evitar fugas de gás durante o reabastecimento. Como já vimos anteriormente, levará entre 3 e 5 minutos para encher o depósito completamente, dependendo do modelo escolhido. Quando terminar, basta retirar o fecho de segurança e desacoplar a mangueira do depósito, virando-a na direção oposta para a retirar.
Dicas para um reabastecimento eficiente de hidrogénio
O reabastecimento de hidrogénio é, por norma, muito eficiente graças às tecnologias. As bombas têm um sistema infravermelho, que comunica com o computador do veículo, conhecendo assim a temperatura ambiente, a pressão do tanque ou o nível de enchimento. De facto, é o próprio computador que desativa o automóvel e comunica com a bomba quando é altura de abastecer. Para reduzir o consumo de combustível, conduza de forma eficiente, tal como faria num veículo com motor de combustão.
Neste momento, os veículos a hidrogénio são menos eficientes do que os carros elétricos, o que se deve a elevadas perdas da bateria. Os carros elétricos atingem 77% de eficiência, enquanto o carro a hidrogénio atinge apenas 30%. Contudo, há que ter em conta que esta é ainda uma tecnologia incipiente e que melhorias na eletrólise e no armazenamento podem melhorar a sua eficiência no futuro.