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Os automóveis de combustão serão eliminados até 2035?

Em 2035, haverá uma série de mudanças no mundo automóvel. Sabe do que se trata? Contamos-lhe tudo de seguida.

Objetivos desta medida da UE

O objetivo para 2035 é chegar a 100% de descarbonização no mundo automóvel. Com esta medida aprovada por uma ampla maioria pelos governos que formam a União Europeia a 9 de junho de 2021, pretende-se proibir a construção de novos automóveis que funcionam com combustíveis fósseis, ou seja, gasóleo e gasolina, para conseguir os objetivos de descarbonização mencionados. Desta forma, procura-se reduzir drasticamente as emissões de gases que produzem o efeito estufa de um dos setores identificados como um dos principais causadores deste tipo de emissões. Esta proibição e a substituição gradual do parque automóvel mais antigo têm por objetivo inverter a tendência de aumento das emissões ano após ano. 

Para atingir este objetivo, os motores a combustão interna deixarão de estar presentes no mercado. Convém esclarecer que isto não significa que os carros adquiridos antes desta data são proibidos de circular, pelo contrário, continuarão a ter a mesma utilidade, embora seja muito provável que estejam sujeitos a certas restrições quanto aos locais onde podem circular. Isto é semelhante ao que acontecerá em breve nas cidades com maior população.

Os fabricantes, por exemplo, apoiam a solução de aumentar os pontos de carregamento dos automóveis elétricos para contribuir à diminuição do efeito estufa para, desta forma, facilitar a transição à nova mobilidade e, de caminho, animar a aquisição destes veículos. Tudo indica que estas não serão as únicas medidas.

Como consequência de todo este processo, a partir da data aprovada pela UE, os únicos automóveis que poderão ser comercializados são aqueles que sejam 100% elétricos. Não obstante, embora esteja aprovado o ano de 2035 para parar a fabricação de veículos de combustão a gasóleo e gasolina, a situação é mais complexa e, por suposto, não significa que os veículos a combustão existentes nesse momento deixem de circular. Além disso, países como a Alemanha, onde o setor automóvel tem um peso muito grande na indústria nacional assim como no consumo, pretendem continuar as negociações das condições da transição. A França também mostrou a sua oposição nesta medida. Nesse sentido, alguns parlamentares italianos estão a negociar a chamada alteração Ferrari para evitar estas restrições e permitir que certas marcas exclusivas continuem a vender automóveis para além de 2035. Esta medida está a ser muito criticada, especialmente nas redes sociais. Esta medida significa que apenas 1.000 unidades por ano podem beneficiar desta derrogação.

Em suma, de acordo com o consenso existente na UE, estas medidas visam um objetivo fixado para o horizonte de 2050, que consiste em tornar a Europa um continente neutro em termos de emissões de gases com efeito de estufa.

Medidas antes do fim da venda de veículos de combustão em 2035

Apesar do consenso alcançado, o acordo foi apelidado de “mas”. Uma das questões que se abordou foi a reforma do regulamento (UE) 2019/631 para elevar a redução de emissões para determinadas datas. Neste caso, as emissões devem ser reduzidas em 20% em 2025, 55% em 2030 e 100% em 2035. Não obstante, a redução para 55% é apenas para automóveis, é proposta uma limitação de 50% para os veículos comerciais considerados ligeiros.

Há um outro aspeto que foi discutido durante estes dias, que é a proposta feita por Bruxelas de que os carros de combustão possam continuar a ser registados após 2035, desde que não emitam gases com efeito de estufa, os chamados combustíveis neutros.

Será que em 2035 ainda será possível conduzir com automóveis de combustão?

Há que ter algo muito claro, esta medida não significa o fim dos veículos a combustão. Se tem um automóvel que necessita de gasóleo ou gasolina, poderá continuar a circular com eles a partir de 2035. Esta medida só tem impacto, por agora, na construção e comercialização de novos veículos de combustão, cujo limite, como mencionado, está fixado para finais de janeiro de 2034. Para todas aquelas pessoas que têm um carro a gasolina ou gasóleo, poderão seguir a sua utilização de maneira normal como o fazem de momento.

Não obstante, a União Europeia pretende para este tipo de veículos restringir as zonas delimitadas ou definidas como zonas de baixas emissões. Isto é algo que não nos surpreende porque atualmente é uma medida já tomada em algumas cidades e que são localizados através de autocolantes no parabrisas do veículo, pelo que estas restrições funcionarão previsivelmente de forma semelhante.

E com os veículos híbridos?

No que diz respeito aos carros híbridos, estão na mesma categoria que os carros a combustão. Ao ser uma fusão de elétrico e combustão, a base do mesmo está na propulsão térmica, pelo que também emitem gases prejudiciais de efeito estufa para o meio ambiente. 

Com os carros híbridos irá passar-se o mesmo que com os veículos que circulam com gasolina e gasóleo, deixarão de ser comercializados nas datas estabelecidas, embora possam circular com eles dentro dos limites estabelecidos atualmente pela UE.

Vale destacar que, tendo em conta a forma como os regulamentos relativos à descarbonização dos automóveis foram elaborados e as diferentes propostas apresentadas pelos vários países, bem como os problemas económicos que afectam a UE no seu conjunto, é possível que estes regulamentos sofram algumas alterações.